Revisão de Biologia

Biologia 1 feito por Rafael Salomão, editado por Jonathan

1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores

 “Cada característica é determinada por dois fatores(genes)  que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”, isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator.

Mendel não tinha ideia da constituição desses fatores, que depois viriam a ser denominados genes

Exemplo da primeira lei de Mendel em um animal:

Vamos estudar um exemplo da aplicação da primeira lei de Mendel em um animal. A característica que escolhemos foi a cor da pelagem de cobaias, que pode ser preta ou branca. O B é o alelo dominante, que condiciona a cor preta, e por b o alelo recessivo, que condiciona a cor branca.

Uma técnica simples de combinar os gametas produzidos pelos indivíduos de F₁ para obter a constituição genética dos indivíduos de F₂ é a montagem de uma tabela: 

Gametas  paternos B b	Gametas maternos   B                         b
	BB Preto	Bb Preto
	Bb Preto	bb Branco

 Sendo assim teremos uma proporção Genotípica: 1 (BB)para 2(Bb) para 1 (bb)

E uma proporção Fenotípica: 3 (preto) para 1(branco)

Noções de probabilidade aplicadas à genética: 

Princípios básicos de probabilidade

Probabilidade é a chance que um evento tem de ocorrer, entre dois ou mais eventos possíveis. Por exemplo, ao lançarmos uma moeda, qual a chance dela cair com a face “cara” voltada para cima?

Como uma moeda tem duas faces, você quer só uma então você coloca:

Número de eventos que se quer

Número de eventos possíveis

Eventos independentes

Quando a ocorrência de um evento não afeta a probabilidade de ocorrência de outro, fala-se em eventos independentes. Por exemplo, ao lançar várias moedas ao mesmo tempo, ou uma mesma moeda várias vezes consecutivas, um resultado não interfere nos outros. Por isso, cada resultado é um evento independente do outro.

Da mesma maneira, o nascimento de uma criança com um determinado fenótipo é um evento independente em relação ao nascimento de outros filhos do mesmo casal. Por exemplo, imagine uma casal que já teve dois filhos homens; qual a probabilidade que uma terceira criança seja do sexo feminino? Uma vez que a formação de cada filho é um evento independente, a chance de nascer uma menina, sup

ondo que homens e mulheres nasçam com a mesma frequência, é 1/2 ou 50%, como em qualquer nascimento. 

A regra do “e”

A teoria das probabilidades diz que a probabilidade de dois ou mais eventos independentes ocorrerem conjuntamente é igual ao produto das probabilidades de ocorrerem separadamente. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “e”, pois corresponde a pergunta: qual a probabilidade de ocorrer um evento E outro, simultaneamente? 

Suponha que você jogue uma moeda duas vezes. Qual a probabilidade de obter duas “caras”, ou seja, “cara” no primeiro lançamento e “cara” no segundo?

 A chance de ocorrer “cara” na primeira jogada é, como já vimos, igual a ½; a chance de ocorrer “cara” na segunda jogada também é igual a 1/2.

 Assim a probabilidade desses dois eventos ocorrer conjuntamente é 1/2 X 1/2 = 1/4.

No lançamento simultâneo de três dados, qual a probabilidade de sortear “face 6” em todos?

A chance de ocorrer “face 6” em cada dado é igual a 1/6. Portanto a probabilidade de ocorrer “face 6” nos três dados é 1/6 X 1/6 X 1/6 = 1/216.

Isso quer dizer que a obtenção de três “faces 6” simultâneas se repetirá, em média, 1 a cada 216 jogadas.

Um casal quer ter dois filhos e deseja saber a probabilidade de que ambos sejam do sexo masculino. Admitindo que a probabilidade de ser homem ou mulher é igual a ½, a probabilidade de o casal ter dois meninos é 1/2 X 1/2, ou seja, ¼.

 A regra do “ou”

Outro princípio de probabilidade diz que a ocorrência de dois eventos que se excluem mutuamente é igual à soma das probabilidades com que cada evento ocorre. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “ou”, pois corresponde à pergunta: qual é a probabilidade de ocorrer um evento OU outro?

 Por exemplo, a probabilidade de obter “cara” ou “coroa”, ao lançarmos uma moeda, é igual a 1, porque representa a probabilidade de ocorrer “cara” somada à probabilidade de ocorrer “coroa” (1/2 + 1/2 =1).

Para calcular a probabilidade de obter “face 1” ou “face 6” no lançamento de um dado, basta somar as probabilidades de cada evento: 1/6 + 1/6 = 2/6.

Alelos múltiplos na determinação de um caráter 

Como sabemos, genes alelos são os que atuam na determinação de um mesmo caráter e estão presentes nos mesmo local em cromossomos homólogos. Até agora, só estudamos casos em que só existiam dois tipos de alelos para uma dada característica (alelos simples), mas há casos em que mais de dois tipos de alelos estão presentes na determinação de um determinado caráter na população. Esse tipo de herança é conhecido como alelos múltiplos (ou polialelia).

Os casos clássicos são os exemplos de polialelia na determinação da cor da pelagem em coelhos e na determinação dos grupos sanguíneos do sistema ABO em humanos.

Um exemplo bem interessante e de fácil compreensão, é a determinação da pelagem em coelhos, onde podemos observar a manifestação genética de uma série com quatro genes alelos: o primeiro C, expressando a cor Aguti ou Selvagem; o segundo Cch, transmitindo a cor Chinchila; o terceiro Ch, representando a cor Himalaia; e o quarto alelo Ca, responsável pela cor Albina.

Sendo a relação de dominância → C > Cch > Ch > Ca

O gene C é dominante sobre todos os outros três, o Cchdominante em relação ao himalaia e ao albino, porém recessivo perante o aguti, e assim sucessivamente.

O quadro abaixo representa as combinações entre os alelos e os fenótipos resultantes.

Genótipo	Fenótipo
CC, C Cch, C Che C Ca	Selvagem ou aguti
CchCch, CchChe CchCa	Chinchila
ChCh e Ch Ca	Himalaia
CaCa	Albino

A diferença na cor da pelagem do coelho em relação à cor da semente das ervilhas é que agora temos mais genes diferentes atuando (4), em relação aos dois genes clássicos. No entanto, é fundamental saber a 1ª lei de Mendel continua sendo obedecida, isto é, para a determinação da cor da pelagem, o coelho terá dois dos quatro genes. A novidade é que o número de genótipos e fenótipos é maior quando comparado, por exemplo, com a cor da semente de ervilha.

O surgimento dos alelos múltiplos (polialelia) deve-se a uma das propriedades do material genético, que é a de sofrer mutações. Assim, acredita-se que a partir do gene C (aguti), por um erro acidental na duplicação do DNA, originou-se o gene C^ch (chinchila). A existência de alelos múltiplos é interessante para a espécie, pois haverá maior variabilidade genética, possibilitando mais oportunidade para adaptação ao ambiente (seleção natural).

Dominância incompleta:

Não são todas as características que são herdadas (como a cor da semente da ervilha, em que o gene para a cor amarela domina sobre o gene para cor verde). Muito frequentemente a combinação dos genes alelos diferentes produz um fenótipo intermediário. Essa situação ilustra a chamada dominância incompleta ou parcial.

Ex.: 

BB = flor vermelha (na prova aparecerá algo assim: B^vB^v, mas é muito trabalho ficar colocando ^v, então usaremos cores)

BB = flor branca

BB = flor cor-de-rosa 

Fazendo o cruzamento de uma planta de maravilha que produz flores vermelhas com outra que produz flores brancas e analisando os resultados fenotípicos da geração F₁e F₂, teríamos:

  

 Agora analisando os resultados genotípicos da geração F₁e F₂, teríamos: 

P:	Flor Branca   B                       B
B Flor Vermelha B	BB cor-de-rosa	BB cor-de-rosa
	BB cor-de-rosa	BB cor-de-rosa

 F1 = 100% VB (flores cor-de-rosa)

Cruzando, agora, duas plantas heterozigotas (flores cor-de-rosa), teríamos:

F1	Flor cor-de-rosa  B                      B
B Flor cor-de-rosa B	BB Vermelha	BB cor-de-rosa
	BB cor-de-rosa	BB Branca

F₂ = Genótipos: 1/4BB, 1/2 BB, 1/4 BB.

         Fenótipo: 1/4 plantas com flores vermelhas

                           1/2 plantas com flores cor-de-rosa

                    1/4 plantas com flores brancas

Codominância:

Quando um indivíduo heterozigoto, de pais homozigotos (com fenótipos diferentes) e apresentar os dois fenótipos ao mesmo tempo.

Ex.: A cor dos pelos no gado da raça SHORTHORN.

P) Vaca, pelos brancos PP    x Touro, pelos marrons PP

F1) PP -> 50% dos pelos são brancos e os outros 50% são marrons (distribuídos homogeneamente)

F2) 1PP 2PP 1PP

Em resumo: Dominância incompleta -> Um fenótipo intermediário (mistura)
Codominância -> Apresenta os dois fenótipos ao mesmo tempo

Filo Nematoda (Nemata ou Nematelmintos):

Características gerais:

•Corpo cilíndrico e alongado nas extremidades

•Triblásticos (com 3 folhetos embrionários)

•Pseudocelomados (sem celoma verdadeiro)

•Simetria bilateral

•Protostômios (Blástoporo dá origem à boca)

•Vida livre e parasitas de plantas e animais

•Tem uma cutícula (uma “pele” fina em volta para proteção)

•Respiração cutânea (através de difusão)

•A maior parte dos nematelmintos excreta amônia, realizada principalmente por células especiais chamadas renetes.

•Sistema digestório completo, boca e ânus

•Ausência de sistema circulatório

•Possui sistema nervoso

•Em maioria são dioicos (heterossexuais)

•Possuem o dimorfismo sexual (diferença visível entre o macho e a fêmea)

O macho é menor e termina em curva

A fêmea é maior e é reta.

Doença	Ascaridíase (ou lombriga)	Amarelão (ou ancilóstomos, necatoríase,  opilação)	Filariose, mais tarde elefantíase	Oxiurose ou entebiose
Agente causador	Ascaris lumbricoides	Ancylostoma duodenale e Necator americanus	Wucherria bancrofti	Oxyurus vermicularis ou Entorobius vermicularis
Número de hospedeiros	Um, o homem. (monoxeno*)	Um, o homem.	Dois, Intermediário: Mosquito Culex Definitivo: Homem	Um, o homem
Modo de contágio	Ingestão de alimentos ou água contaminados (pelas fezes).	Penetração da pele humana, por parasitas no solo contaminado por fezes humanas.	Picadas do mosquito Culex.	Ingestão dos ovos, por meio direto (coceira no ânus, boca) ou por ingestão de alimentos contaminados.
Local parasitado	Intestino delgado. Após a entrada no corpo humano, fazem um tour (indo para o fígado, coração e pulmões e depois voltando para o intestino) deixando cutículas no meio do caminho.	Intestino delgado. Também fazem um tour pelo corpo humano (pulmão, boca e depois voltando para o intestino).	Corrente circulatória e sistema linfático	Intestino grosso, ceco e apêndice cecal.
Sintomas	Cólicas intestinais e náusea; bronquite e pneumonia podem ocorrer por causa das cutículas deixadas no meio do caminho.	Anemia (perda de sangue por causa das lesões no intestino, eles cortam o intestino e sugam sangue), palidez.	Inchaço causado pela obstrução dos vasos linfáticos. Em casos graves causa a elefantíase (grande inchaço, em geral das pernas, do escroto ou das mamas)	Náusea, vômitos e intenso prurido anal.
Profilaxia (modo de combate)	Saneamento básico; alimentos bem lavados.	Saneamento básico; uso de calçados.	Combate ao mosquito transmissor.	Saneamento básico; higiene das mãos.

*Monoxeno: possui apenas um hospedeiro.